Moradores do entorno da Lagoa do Meio, em Marataízes, vivem momentos de indignação e prejuízos constantes sempre que chove forte na região. Na madrugada deste sábado (26), após uma tempestade, ruas e casas foram novamente invadidas por água misturada com esgoto, expondo falhas graves na infraestrutura urbana local e provocando a revolta de quem reside nas imediações.
A Rua Antenor dos Santos Galante foi a mais atingida. Gilmar Ribeiro Shaider, representante comercial e morador há mais de 40 anos em Marataízes , registrou em vídeo postado nas redes sociais a cena de caos.
Segundo ele, essa é a quarta vez que o problema acontece. “Quando a Lagoa enche, a água retorna pelos ralos das casas. Isso já virou rotina. É uma tragédia anunciada”, denunciou.
O relato mais comovente é do morador José Luís Pretti, que se recupera de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi surpreendido com a casa alagada durante a noite.
“Foi desesperador. Eu mal consigo me locomover, e vi minha casa sendo tomada por água suja, colchões encharcados, armário apodrecendo.
A gente perde o pouco que tem, e ninguém faz nada”, lamenta emocionado. José, assim como outros moradores, afirma que já está cansado de pedir ajuda.
Há registros de que outros vizinhos também sofreram perdas materiais e, em casos extremos, foram obrigados a quebrar paredes para permitir o escoamento da água suja.
O cenário revolta ainda mais por causa da recente obra de revitalização da Lagoa do Meio. Inaugurada em 2024 pelo Governo do Estado , a urbanização da área custou R$ 67 milhões e foi apresentada como uma grande conquista para o lazer e mobilidade urbana. Foram metros de ciclovias, praças, mobiliário urbano, rede de drenagem e pavimentação. Contudo, a falta de manutenção adequada e a falha no sistema de escoamento se tornaram um pesadelo para os moradores.
A comunidade agora clama, em coro, por providências reais. “Não queremos mais placas e promessas. Queremos dignidade. Queremos segurança dentro de casa”, resumiu Gilmar Shaider. Os moradores exigem que, Governo do Estado , Prefeitura e demais órgãos competentes se posicionem e resolvam o problema antes que a próxima chuva traga ainda mais perdas.