Em uma medida inédita no cenário político mundial, a Albânia nomeou um bot gerado por inteligência artificial como ministra do governo. A assistente digital, chamada Diella, assume a responsabilidade de supervisionar os contratos públicos do país, com o objetivo de erradicar práticas corruptas e promover maior transparência na administração pública.
Diella foi introduzida inicialmente em janeiro de 2025 como assistente virtual na plataforma e-Albania, onde auxiliou cidadãos e empresas no acesso a documentos e serviços digitais. Desde então, processou mais de 36 mil documentos digitais e forneceu quase mil serviços aos usuários. Agora, como ministra virtual, ela será responsável por avaliar e aprovar licitações públicas, utilizando algoritmos para garantir imparcialidade e eficiência nos processos.
O primeiro-ministro Edi Rama destacou que a nomeação de Diella visa combater a corrupção sistêmica que afeta o país há décadas. Segundo ele, a IA não possui interesses pessoais nem vínculos políticos, o que a torna imune a subornos, ameaças ou tentativas de obter favores. Além disso, a medida reforça o compromisso da Albânia em atender aos critérios da União Europeia para adesão até 2030.
A nomeação de Diella gerou reações mistas. Enquanto alguns celebram a inovação como um passo significativo na luta contra a corrupção, outros questionam a eficácia da IA em lidar com complexidades políticas e sociais. Especialistas alertam para a necessidade de supervisão humana contínua para evitar possíveis falhas ou manipulações nos processos automatizados.
A iniciativa coloca a Albânia na vanguarda da aplicação de tecnologias emergentes na governança pública, servindo como um experimento global para avaliar o papel da inteligência artificial na administração pública e no combate à corrupção.