Em um domingo marcado por fé, emoção e memória, a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim celebrou com grande devoção a tradicional Festa de São Pedro. O evento, que ocorreu no dia 29 de junho no campo do Grêmio Santo Agostinho, reuniu fiéis de diversos bairros e paróquias da região, consolidando-se como uma das maiores expressões religiosas da cidade.
A Santa Missa Solene, ponto alto da programação, foi presidida por Dom Luiz Fernando Lisboa, CP, bispo diocesano. Durante a celebração, dois nomes que deixaram marcas profundas na história de fé e serviço da cidade foram lembrados com carinho e reconhecimento: Irmã Creuza e Irmã Otília.
Irmã Creuza, cujo nome completo é Cleuza Carolina Rodi Coelho, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim em 12 de novembro de 1933, no bairro Baiminas. Religiosa da Ordem das Missionárias Agostinianas, dedicou sua vida à educação, à defesa dos pobres e à luta pelos direitos dos povos indígenas. Como representante da Pastoral Indigenista e do Conselho Missionário Indígena (CIMI), atuava com coragem e firmeza na promoção da paz entre comunidades indígenas e proprietários rurais. Sua história trágica, marcada por sua execução em 28 de abril de 1985, nas margens do Rio Passiá, no Amazonas, tornou-a conhecida como mártir da causa indígena. O processo de sua beatificação reforça sua memória como símbolo de entrega total à vida plena para todos, especialmente os marginalizados.
Já a homenagem à Irmã Maria Joana Otília, religiosa da Congregação das Irmãs de Jesus na Eucaristia, emocionou profundamente os presentes. Conhecida como o “Anjo de Cachoeiro”, Irmã Otília dedicou sua vida ao cuidado dos enfermos, exercendo seu ministério com amor, doçura e compaixão. Sua recente partida, há apenas um mês, deixou um vazio na comunidade, mas também um legado vivo de caridade e inspiração. Dom Luiz destacou seu testemunho como força para todos que desejam viver a santidade através de pequenos gestos no cotidiano. “Que sua vida de dedicação possa despertar muitas vocações à vida religiosa e à santidade na vida secular”, declarou o bispo, arrancando aplausos e lágrimas dos fiéis.
A programação da festa foi encerrada em grande estilo com o show da cantora católica Eliana Ribeiro, que levou mensagens de fé e esperança ao público. A estrutura do evento, montada com carinho e profissionalismo, foi pensada para acolher milhares de fiéis com conforto e segurança, fortalecendo ainda mais o espírito de unidade da Diocese.
Mais do que um evento religioso, a Festa de São Pedro de 2025 se tornou um momento de reflexão, reconhecimento e gratidão por vidas que, através da fé e do serviço, transformaram a realidade de muitos. Irmã Creuza e Irmã Otília permanecem vivas na memória coletiva de Cachoeiro, como exemplos de entrega e amor ao próximo.