O Brasil enfrenta uma crise estratégica nas Forças Armadas Brasil, conforme apontou o ministro da Defesa, José Múcio, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ele alertou que o País dispõe de munição apenas para 30 dias e enfrenta escassez de combustível e peças para manutenção de equipamentos militares.
“Temos bastante equipamento, mas não temos dinheiro para combustível nem para peças. O resultado é que adiamos contratos e pagamos juros que equivalem a submarinos e aviões inteiros”, afirmou Múcio, ressaltando que o investimento em defesa equivale a apenas 1,04% do PIB, abaixo do recomendado mínimo de 2%.
O ministro destacou que essa realidade compromete a soberania nacional e a capacidade de proteção das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas. A chamada “fronteira seca” do Mato Grosso do Sul, com Paraguai e Bolívia, sofre com entrada de contrabando e drogas, demonstrando a vulnerabilidade gerada pelo subfinanciamento.
José Múcio também defendeu a valorização da indústria de defesa nacional, composta por 270 empresas estratégicas que geram 3 milhões de empregos, e reforçou que Exército, Marinha e Aeronáutica devem permanecer instituições de Estado, apartidárias.
Nos últimos meses, comandos das três Forças Armadas têm expressado insatisfação com a gestão atual, apontando risco de obsolescência de equipamentos e defasagem tecnológica. A situação crítica inclui a frota de veículos e navios, sistemas de monitoramento e infraestrutura bélica, comprometendo a capacidade de enfrentar conflitos ou ameaças externas.
O ministro alertou que investir em defesa não é militarizar a agenda nacional, mas garantir soberania, segurança e competitividade internacional. Segundo Múcio, o subfinanciamento crônico ameaça não apenas as Forças Armadas, mas a credibilidade e a posição geopolítica do Brasil, comprometendo objetivos estratégicos como a presença no Conselho de Segurança da ONU.
O alerta das Forças Armadas do Brasil evidencia a urgência de revisão de prioridades orçamentárias e reforça a necessidade de investimentos estruturais imediatos em tecnologia, logística e pessoal.