A greve dos servidores no Espírito Santo, iniciada na última terça-feira (7), já causa impacto direto no atendimento à população em diversos órgãos estaduais. Serviços como a entrega de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs), emissão de documentos, licenças ambientais e vistorias agropecuárias estão parcialmente comprometidos.
O movimento é liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos), que reivindica reestruturação financeira das carreiras e recomposição salarial. Segundo a entidade, as perdas acumuladas ultrapassam 50%.
De acordo com o Sindipúblicos, 3,8 mil servidores aderiram à paralisação em 14 autarquias e secretarias estaduais, incluindo o Detran-ES, Iema, Idaf, Incaper, Seger, Sedu, Secult, ARSP, DER-ES, DIO/ES, Iases, IPAJM, Jucees e Ipem-ES.
Apesar da mobilização, o sindicato garante que a lei de greve está sendo respeitada, com mínimo de 30% dos servidores em atividade para manter os serviços essenciais.
Serviços afetados
No Detran-ES, a greve pode causar atrasos na entrega de CNHs, retirada de documentos de veículos e atendimento presencial, especialmente nas unidades do interior.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) enfrenta lentidão nos processos de licenciamento e fiscalização ambiental, enquanto o Idaf registra impacto nas vistorias rurais e emissão de certificados sanitários.
No Incaper, a paralisação afeta o atendimento técnico a agricultores e prefeituras, podendo atrasar projetos de extensão rural. Já o Iases e a Jucees também operam com quadro reduzido, impactando a gestão socioeducativa e o registro de empresas.
Negociações com o governo
O Sindipúblicos afirma que desde 10 de abril realiza mobilizações e atos em busca de diálogo com o governo. Uma reunião recente entre representantes do sindicato e o vice-governador Ricardo Ferraço foi descrita como cordial, mas sem avanços concretos. Ferraço teria se comprometido a encaminhar as reivindicações à Casa Civil e à Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger).
A Seger, em nota, informou que o governo mantém diálogo aberto e contínuo com os servidores. Desde 2019, foram concedidos reajustes lineares, exceto nos anos de 2020 e 2021, quando a legislação federal impediu aumentos salariais. O governo também destacou medidas de valorização, como o aumento do auxílio-alimentação.
Ainda segundo a pasta, não há registro de paralisações totais que comprometam a prestação dos serviços públicos, e as equipes seguem monitorando o cumprimento da legislação que exige a manutenção mínima de 30% das atividades.
A greve dos servidores no Espírito Santo segue por tempo indeterminado, com novas assembleias previstas para os próximos dias.