Multinacionais espanholas assinam contratos de R$ 7 bilhões para operar em 43 cidades do Espírito Santo

O Espírito Santo deu um passo histórico rumo à universalização do saneamento básico.
O governador Renato Casagrande assinou nesta quinta-feira (data) dois contratos bilionários com as multinacionais espanholas GS Inima e Acciona, totalizando R$ 7 bilhões em investimentos e custos operacionais ao longo de 25 anos.

A cerimônia de assinatura, realizada no Palácio Anchieta, formalizou as Parcerias Público-Privadas (PPPs) que irão garantir o esgotamento sanitário em 43 municípios atendidos pela Cesan (Companhia Espírito-Santense de Saneamento).
Com o projeto, o governo estadual busca alcançar 100% de cobertura até 2033, em consonância com o marco federal do saneamento.

“Hoje é um dia marcante e histórico para o saneamento, o meio ambiente e a qualidade de vida no Espírito Santo. Estamos garantindo que 65% da população capixaba tenha o serviço assegurado. Com Cachoeiro de Itapemirim, passaremos de 70%”,
declarou o governador Renato Casagrande.

Segundo Casagrande, o plano é expandir o modelo a todos os municípios capixabas. “Os demais 32 municípios com serviços autônomos e os sete que não renovaram contrato com a Cesan também serão contemplados. O BNDES fará o diagnóstico e a modelagem das próximas concessões ou PPPs”, explicou.

O governador ressaltou ainda que o Estado “resolve um problema histórico e contrata a solução para um desafio fundamental de qualidade de vida”, destacando o papel das empresas contratadas:

“São companhias com atuação global e histórico de excelência. A Cesan agora acompanhará o plano de saneamento e a operação assistida de seis meses antes da transição completa.”

Impacto social e econômico

O vice-governador Ricardo Ferraço reforçou o caráter social da medida, lembrando que o investimento trará reflexos diretos na saúde pública:

“A Organização Mundial da Saúde consagra que cada real investido em saneamento economiza cinco em saúde. É uma decisão acertada, que acelera as metas e atrai empresas de reputação internacional.”

Ferraço também destacou a confiança do mercado no Espírito Santo, apontando a estabilidade e a segurança jurídica do Estado como fatores determinantes:

“A iniciativa é a contratação do futuro do Espírito Santo com os pés no presente, projetando impactos diretos na saúde e no bem-estar das comunidades mais carentes.”

Tecnologia e operação internacional

O presidente da Cesan, Munir Abud, classificou o momento como histórico:

“Deixamos assegurada a universalização do saneamento no Espírito Santo. Saímos à frente na corrida nacional.”

Ele informou que as empresas Acciona e GS Inima terão um período de operação assistida de seis meses, durante o qual elaborarão o plano de investimentos priorizando as ações mais urgentes.

O diretor da Acciona Brasil, André de Angelo, reafirmou o compromisso da companhia:

“Estamos há 27 anos no Brasil, participando de grandes obras de infraestrutura. O saneamento é essencial para o meio ambiente e a saúde, e entregaremos o melhor resultado.”

A CEO da GS Inima, Marta Verde Blázquez, destacou o papel da inovação:

“Sabemos da responsabilidade que temos para contribuir com a universalização. Usaremos a melhor tecnologia disponível. Atuamos em 13 países e aplicaremos no Espírito Santo o conhecimento acumulado globalmente.”

Segundo ela, a combinação de experiência internacional e presença consolidada no Brasil será determinante para o sucesso da operação:

“A GS Inima Brasil tem mais de 30 anos de atuação. Essa união de forças garantirá o alcance das metas desafiadoras deste projeto.”

Futuro do saneamento capixaba

Com os novos contratos, o Espírito Santo consolida uma política pública de longo prazo, voltada ao desenvolvimento sustentável.
O plano prevê geração de empregos, fortalecimento da infraestrutura e redução de impactos ambientais, refletindo diretamente na qualidade de vida da população, na atração de investimentos e no turismo sustentável.

O governo estadual considera que o avanço do saneamento é um marco civilizatório, que simboliza a integração entre crescimento econômico e cuidado com o meio ambiente — pilares que posicionam o Espírito Santo como referência nacional em gestão pública e sustentabilidade.