O Brasil amanheceu de luto neste domingo com a notícia da morte de Preta Gil, aos 50 anos, vítima de um câncer agressivo. Cantora, atriz, apresentadora e empresária, Preta não foi apenas uma artista consagrada — foi um símbolo de coragem, autenticidade e resistência. Sua partida encerra uma trajetória marcada por amor à vida, defesa das minorias e enfrentamento sem medo das próprias vulnerabilidades.
Filha do cantor e compositor Gilberto Gil e de Sandra Gadelha, Preta foi diagnosticada em janeiro de 2023 com um câncer no intestino. Lutou bravamente contra a doença, enfrentando cirurgias delicadas e tratamentos intensivos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde buscava alternativas inovadoras. Mesmo em meio à luta, nunca deixou de dividir sua jornada com o público, falando abertamente sobre suas dores e esperanças.
A coragem de Preta comoveu o país. “Compartilhar minhas fragilidades foi a forma que encontrei de seguir de cabeça erguida”, declarou ao receber o Prêmio Faz Diferença, em 2024.
Sua carreira foi tão marcante quanto sua vida pessoal. Estreou na música em 2003, com o disco Prêt-à-Porter, que rompeu padrões ao trazer a cantora nua na capa, desafiando preconceitos e abrindo debates sobre aceitação e empoderamento feminino.
Preta Gil era símbolo de resistência não apenas na música, mas também na luta contra o racismo, a gordofobia e pela causa LGBTQIA+, movimento do qual era defensora ativa.
Criadora do Bloco da Preta, um dos maiores sucessos do carnaval carioca, Preta também atuou em novelas, séries e filmes, além de empreender na área de marketing e entretenimento, fundando a Mynd em 2017.
Sua trajetória de vida e de luta foi eternizada em sua autobiografia “Preta Gil: Os primeiros 50”, lançada em 2024, onde ela revelou suas dores, amores e superações.
Hoje, o Brasil se despede de uma mulher que enfrentou a vida — e a morte — com a mesma intensidade com que abraçou sua arte, sua família e seus ideais.