O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) registrou um aumento expressivo na circulação do rinovírus nas últimas semanas. Entre os dias 13 de julho e 3 de agosto (semanas epidemiológicas 29 a 31), 25% das amostras analisadas para detecção de vírus respiratórios apresentaram resultado positivo para o agente, superando casos de influenza e outros vírus.
Dos 1.672 testes realizados nesse período, 428 confirmaram a presença do rinovírus. De acordo com o último Informe Epidemiológico das Vigilâncias das Síndromes Gripais, divulgado no dia 31 de julho, o vírus foi responsável por 65% das infecções respiratórias detectadas em Unidades Sentinelas entre as semanas 28 e 30.
O levantamento também aponta que, nos casos mais graves — como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) —, o rinovírus respondeu por 50% das detecções, superando a influenza. Houve ainda o registro de um óbito de uma criança menor de quatro anos, com codetecção de rinovírus e Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
A médica Mariana Ribeiro Macedo, referência técnica da Vigilância da Influenza e Meningites, alertou que, embora o rinovírus seja associado a resfriados comuns, ele pode evoluir para quadros graves, especialmente em crianças pequenas. Os sintomas mais frequentes incluem coriza, dor de garganta, tosse, espirros e congestão nasal.
Como não há vacina disponível, a Secretaria da Saúde (Sesa) reforça medidas preventivas, entre elas:
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Lavar as mãos regularmente ou usar álcool em gel.
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Usar máscara ao apresentar sintomas ou se pertencer a grupos de risco.
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Utilizar lenços descartáveis para higiene nasal.
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Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar.
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Evitar tocar olhos, nariz e boca.
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Não compartilhar objetos pessoais.
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Manter ambientes ventilados.
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Evitar aglomerações e contato com pessoas doentes.
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Adotar alimentação saudável e hidratação adequada.
O Informe Epidemiológico é elaborado semanalmente pelo Programa Estadual de Imunização e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, com base em notificações de síndrome gripal e SRAG registradas no SIVEP-Gripe e no e-SUS Vigilância em Saúde. O boletim nº 30, que traz dados acumulados de 2025 até 26 de julho, está disponível no site da Sesa.
Com o aumento das infecções, a Sesa reforça que a prevenção e a atenção aos sintomas são fundamentais para conter a disseminação do rinovírus e proteger as populações mais vulneráveis.