
Diante da escalada de tensões com os Estados Unidos, o governo da Venezuela intensificou o treinamento de civis para uma eventual guerra. Milhares de venezuelanos, como Edith Perales, de 68 anos, integram a Milícia Nacional Bolivariana e estão sendo preparados para defender o país em caso de invasão.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, classificou a situação como uma “guerra não declarada” promovida pelos EUA. Em resposta, o presidente Nicolás Maduro ordenou que militares levassem instruções de combate às comunidades, especialmente nas áreas mais pobres de Caracas, como os bairros 23 de Janeiro e Petare.
A ação ocorre após os EUA posicionarem navios de guerra e um submarino nuclear no Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico. O governo Trump atacou embarcações venezuelanas, acusadas de transportar drogas, resultando em mortes no mar do Caribe
Maduro vê os movimentos como uma tentativa de desestabilização e mudança de regime. Em retaliação, o governo venezuelano iniciou o “Sábado da Milícia”, mobilizando civis para treinamentos com armas, técnicas de sobrevivência e resistência. O objetivo: criar um escudo humano e elevar o custo de uma possível intervenção militar
Francisco Ojeda, de 69 anos, afirma estar pronto para lutar: “Se eu tiver que morrer lutando, morrerei”. Jovens, idosos e até donas de casa participam dos treinamentos, mesmo sem experiência com armamentos. A maioria recebe instruções básicas sobre manuseio de fuzis, camuflagem e manutenção de armas.
Apesar da mobilização, muitos moradores seguem suas rotinas alheios à movimentação militar. Analistas políticos como Benigno Alarcón acreditam que o foco de Maduro é estratégico: aumentar a percepção de risco para dissuadir qualquer ação externa.
Segundo o governo, mais de 8,2 milhões de pessoas estão alistadas na milícia e na reserva, embora esse número seja contestado. Para Perales, vestir o uniforme representa um compromisso com a defesa da pátria: “Se surgir um conflito, temos que defender o território”.