
O Burger King fecha lojas na Argentina após 36 anos de operação contínua no país. A decisão foi confirmada após o grupo mexicano Alsea, controlador da marca no território argentino há mais de uma década, anunciar que está em busca de compradores para toda a operação local.
O Burger King iniciou suas atividades na Argentina em 1989 e atualmente conta com 116 unidades em funcionamento. Além disso, outras 86 lojas no Chile e 175 no México também estão incluídas no processo de venda, somando 377 restaurantes nos três mercados latino-americanos.
De acordo com o jornal argentino La Nación, a venda faz parte de uma estratégia de desinvestimento da Alsea, que pretende concentrar esforços em marcas mais lucrativas, como Starbucks e Domino’s, também presentes em seu portfólio.
A decisão segue um movimento iniciado há pouco mais de um ano, quando a empresa vendeu 54 lojas Burger King na Espanha, reforçando sua política de “simplificação do portfólio”. Armando Torrado, ex-CEO da Alsea e atual presidente do Conselho de Administração, explicou que a transação está “alinhada à estratégia de crescimento e aumento da rentabilidade da companhia”.
O executivo destacou ainda que a empresa pretende retirar de seu catálogo as marcas que não se enquadram mais em sua estratégia de expansão. No entanto, não foram reveladas quais negociações estão em andamento. Além do Burger King, a Alsea também administra restaurantes das redes P.F. Chang’s, T.G.I. Fridays, The Cheesecake Factory e Chili’s Grill & Bar.
Para conduzir o processo de venda, o banco espanhol BBVA foi contratado. A instituição está responsável por negociar com fundos de investimento internacionais e outros operadores de fast food interessados. Fontes do setor indicam que as conversas já estão em estágio avançado.
Até 2018, o Burger King ocupava o posto de segunda maior rede de fast food da Argentina, ficando atrás apenas do McDonald’s. No entanto, a concorrência local, especialmente com a rede Mostaza, que oferece preços mais competitivos e maior presença no interior, acabou desbancando a marca norte-americana.
A situação se agravou durante a pandemia, quando a operação argentina enfrentou queda acentuada nas vendas e fechamento de unidades. Agora, com o anúncio de que o Burger King fecha lojas na Argentina, encerra-se um ciclo de mais de três décadas da marca no país, marcado por forte presença cultural e econômica no setor de alimentação rápida.