O senador capixaba Marcos do Val (Podemos‑ES) embarcou para os Estados Unidos sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), contrariando decisão judicial que determinava a apreensão de seus passaportes e proibia sua saída do país enquanto estivesse sob medidas cautelares. A viagem coloca o parlamentar em risco de prisão assim que retornar ao Brasil .
Em 16 de julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes deflagrou que o senador deveria adequar suas atividades às restrições impostas e negou o pedido formal de autorização de viagem apresentado pela defesa de Do Val em 15 de julho . Mesmo assim, o senador alegou ter informado a viagem com antecedência, embora o pedido tenha sido formalmente indeferido no dia seguinte .
Além disso, o STF havia determinado, anteriormente, a retenção dos passaportes — civil e diplomático — de Marcos do Val, e ele não os entregou à Justiça, configurando descumprimento das medidas cautelares . Ao utilizar o passaporte diplomático para deixar o país, ele ignorou essa determinação, o que agrava a situação legal .
Logo após sua chegada aos EUA, Alexandre de Moraes bloqueou contas bancárias, cartões de crédito e chaves Pix do senador e de sua filha, como medida para garantir cumprimento da decisão judicial . Marcos do Val afirmou que retornará ao Brasil no dia 3 de agosto, mas enfrenta possibilidade de prisão por prestar desobediência a uma decisão judicial que restringia sua locomoção .
Em nota, o senador defendeu que o passaporte diplomático possui validade até julho de 2027 e um visto B1/B2 com validade até 2035, argumentando que não haveria restrição de locomoção . No entanto, o STF rechaça essa interpretação: o passaporte suspenso, independentemente da validade cronológica, não pode ser utilizado sem autorização.
Analistas apontam que, se comprovado o descumprimento das medidas, o senador pode configurar crime de desobediência judicial, com natureza inafiançável, especialmente pelo uso deliberado de documento diplomático em violação à determinação expressa do STF. Ao retornar ao país, ele precisará responder legalmente por essa conduta.