Nesta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, o Brasil perdeu uma das vozes mais emblemáticas do samba. Arlindo Cruz, compositor, cantor e multi-instrumentista, faleceu aos 66 anos, no Rio de Janeiro, cercado pelo carinho da família, conforme confirmado por sua esposa, Babi Cruz .
Desde que sofreu um grave AVC em 2017, Arlindo deu uma luta admirável contra as sequelas, vivendo seus últimos anos com serenidade, porém sempre em tratamento e sob cuidados constantes . Sua partida encerra um capítulo de resiliência e devoção à arte que ele abraçou desde a infância, quando ganhou seu primeiro cavaquinho aos sete anos .
Natural de Piedade, Zona Norte do Rio, Arlindo foi discípulo de grandes mestres, como Candeia, e integrou as lendárias rodas do Cacique de Ramos, ao lado de nomes como Beth Carvalho e Jorge Aragão . Assumiu lugar de destaque no grupo Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos e ajudou a revolucionar o samba com composições eternas como “O Show Tem Que Continuar” e “Só Pra Contrariar”.
Sua carreira solo foi repleta de conquistas e reconhecimento. Álbum como “MTV ao Vivo: Arlindo Cruz” (2009) foram verdadeiros marcos, além de prêmios como o Prêmio da Música Brasileira. Arlindo deixa um legado de mais de 700 músicas gravadas, além de uma trajetória que inspirará gerações futuras do samba.
A cultura brasileira chora sua perda, mas celebra um legado que jamais será esquecido. Durante a favela e o morro, nas rodas e palcos, a marca de Arlindo Cruz manterá seu ritmo pulsando na história do samba.
Como forma de celebrar a vida e a obra de Arlindo Cruz, o Intencidade presta sua homenagem a esse gênio do samba, cuja arte atravessou gerações e tocou o coração de milhões. Sua música nos ensinou sobre amor, resistência, alegria e esperança. E, mesmo após sua partida, seu legado permanece vivo em cada verso, cada batucada e cada roda de samba.
Porque, como o próprio Arlindo eternizou, “o show tem que continuar”.
Abaixo, relembramos um de seus maiores sucessos, para que sua voz e sua poesia sigam ecoando.