Segundo aliados de Lula, o presidente quer evitar qualquer anúncio antecipado que possa ofuscar a despedida do atual presidente do STF. Barroso assinará o termo de aposentadoria ainda nesta semana e cumprirá expediente até sexta-feira (17).
Conversas e articulações políticas
Nos últimos dias, Lula intensificou as conversas com ministros da Suprema Corte e com lideranças políticas. Na terça-feira (14), o presidente participou de um jantar com integrantes do STF, descrito por participantes como um encontro “bastante agradável”. Apesar da boa receptividade, Lula não revelou sua escolha durante a reunião.
De acordo com fontes próximas ao Planalto, o favorito para a vaga é o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, conhecido como “Bessias”. Messias tem a confiança de Lula e desempenha papel estratégico no governo, sendo visto como uma figura de discrição e lealdade.
Entretanto, ministros do STF e alguns líderes políticos defendem a nomeação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles argumentam que a presença de Pacheco na Corte poderia fortalecer o diálogo entre os Poderes e contribuir para a estabilidade institucional.
Consulta a Davi Alcolumbre e cenário político
Antes de tomar a decisão final, Lula deve se reunir com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP) — um dos principais articuladores do Senado e aliado político de Pacheco. O encontro deve servir para medir o clima no Senado, que será responsável por sabatinar e aprovar o nome indicado ao STF.
Mesmo com a boa relação com Pacheco, aliados afirmam que Messias segue como favorito por conta da relação de confiança construída ao longo de anos.
Nos bastidores, também se comenta que Lula prefere manter Pacheco na política, de olho nas eleições de 2026. O presidente enxerga o mineiro como uma peça importante na estratégia de reeleição, podendo disputar o governo de Minas Gerais e garantir um palanque sólido em um dos estados mais decisivos do país.