Nascida em Vitória em 3 de fevereiro de 1939, Myrthes construiu uma longa trajetória pública marcada por pioneirismo e serviço à educação e justiça social. Filha mais velha entre cinco irmãos, ela atuou como professora particular, ingressou na rede pública de ensino e, ainda jovem, foi para a administração estadual, trabalhando na Secretaria de Educação e Cultura. Mais tarde, atuou como assessora de gabinete e, em seguida, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), embora não tenha exercido a advocacia.
Em 1982, disputando pelo PMDB, Myrthes venceu as eleições e tornou-se a primeira mulher do Estado a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Sua participação envolveu presidência e atuação em comissões como a de Serviço Público, além de suplência em Trabalho e Legislação Social. Sua voz foi ouvida em pautas importantes que dialogavam com necessidades do Espírito Santo, sobretudo nos setores da educação e dos direitos sociais.
O governador Renato Casagrande decretou luto oficial de três dias em todo o Estado em homenagem à ex-deputada. Em nota, ele lamentou profundamente a perda, destacando o legado de Myrthes como exemplo de dedicação à “educação e à justiça social”. Outras lideranças também se manifestaram nas redes, como Waguinho Ito e Patricia Crizanto, que exaltaram sua trajetória e simbolismo político, especialmente para mulheres na política capixaba.
Myrthes deixa três filhos. Até o momento, não há informações sobre velório ou enterro. A comunidade política e civil do Espírito Santo segue entristecida com a partida de uma figura histórica — uma mulher que abriu caminho e criou precedentes para outras ocuparem espaços de poder. Sua história será lembrada não apenas pelo marco simbólico de ter sido a primeira deputada federal do ES, mas pelo impacto concreto de suas ações em prol da educação e dos direitos sociais.